terça-feira, 20 de novembro de 2007

20 de Novembro - Dia da Consciência Negra


Hoje comemoramos o dia da Consciência Negra. Para os negros, porém, está data está carregada de um sentido todo especial. Hoje, 300 anos depois, o 20 de novembro é um dia de protesto, denúncia e resistência.

Protesto contra a ideologia da democracia racial, que permanece um engodo para evitar que o negro tome consciência da sua situação e assim fique alienado dentro dos padrões brancos.

Denúncia da situação de cativeiro que nosso povo ainda vive, na segunda maior Nação negra da Terra que é o Brasil. Fomos escravizados no período colonial brasileiro, estamos sendo raça rejeitada na República. Somos 50% do total da população brasileira e fazemos parte dos 70% que vivem à margem do sistema. O famoso e moderno Contrato Social, para nós, não existe. Onde a mulher negra continua sendo escravizada, discriminada. A situação da mulher é um símbolo da discriminação no trabalho, refletindo os valores e preconceitos de uma sociedade.
Se, no Brasil, o trabalhador, apesar de todos os avanços, ganha, no geral, mal, está cercado pelo desemprego e subemprego, desfruta de uma indigente rede de proteção social, os grupos vulneráveis são ainda mais pisoteados.
Quando se analisam os rendimentos, vemos como o negro se aproxima da discriminação contra a mulher.
De acordo com o Dieese, o salário médio de um negro é, em São Paulo, aproximadamente R$ 510. Os brancos ganham nada menos do que o dobro.
Em essência, para o mercado de trabalho dois negros valem um branco.
Na lógica da fragilidade, a hierarquia coloca no topo, pela ordem, homem e mulher brancos e, depois, homem e mulher negros.
A mulher negra sofre, portanto, por ser mulher e por ser negra. Uma mulher negra, em São Paulo, ganha por mês R$ 400.
Na fria tradução comercial, duas e meia mulheres negras equivalem a um homem branco.
Pela medida dos salários, a mulher, apesar de ter, hoje, escolaridade mais elevada do que os homens, é ainda vista como um ser inferior. Exatamente como os negros.

Resistência, que está no espírito de Zumbi e presente na esperança do nosso povo!!!
Lutaram através do suicídio, pois era melhor morrer que não ser livre. Lutaram, fugindo e criando quilombos que, iguais aos de Palmares, provaram ser possível uma sociedade igualitária, comunitária, onde negros, brancos, pobres e índios viviam em igualdade; provando que é possível haver justiça social, paz e prosperidade para todos, independente do sexo, raça ou credo.
Afinal, você sabe a cor de Deus? Quem sabe não revela... Quem sabe Deus é branco, como cristo, moreno como Alah; amarelo como Buda ou vermelho como Tupã; ou negro como Olorum!
Acorda meu povo!!!!
Carla Souza

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